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ODE V.

A PYRRH A.

Que delicado moço em muitas rosas,

Ue

Banhado em cheiros liquidos te afaga,
O' Pyrrha, sob a bella gruta? A flava
Coma para quem atas,

Singela nos enfeites? Ai que vezes
A fé, e os Deoses chorará mudados,
E estranhará novel de vêr os mares
Co' negro vento irosos,

O que ora de ti bella goza crédulo ; Que d'outro sempre isenta, sempre amavel Te espera, e ignora, quanto a aura engana. Desgraçados aquelles,

A quem tu brilhas não tratada : sacra Parede no painel votivo amostra,

Que eu pendurei ao Deos, senhor dos mares, Os humidos vestidos.

ODE VI.

AD AGRIPPAM.

S Crite

Griberis Vario fortis et hostium

Victor, Maconii carminis aliti, (1)

Quam rem cumque (2) ferox, navibus aut equis,
Miles te duce gesserit.

Nos, Agrippa, neque haec dicere nec gravem Pelidae stomachum cedere nescii,

Nec cursus duplicis per mare Ulixei,

Nec saevam Pelopis domum

(1) Aliti, e não alite, como se lê vulgarmente, parecendo-nos bem a emenda de Sanadon, que seguem Gesnero, e Combe, e que já antes havião apontado Lambino, e Passeracio.

(2) Mureto, Bentlei, Cuningam, Juvenci, e outros lêm Qua rem cumque : Sanadon Quum rem cumque no sentido de quandocumque, quotiescumque, todas

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ODE VI.

A AGRIPPA.

Por Vario, cysne de Meonio •verso”,

Forte e de imigos vencedor cantado

Serás, de quanto obrou por mar, por terra (a)
Feroz Soldado sob o teu commando.

Nós isto, Agrippa, nem as graves iras

Do indomavel Pelides, nem errores

Por mar do doble Ulysses, (b) nem de Pélope

A séva (c) casa recontar tentamos,

(a) Seguindo a emenda de Sanadon, póde dizer-se: Por Vario, cysne de Meonio verso,

Forte, e de imigos vencedor cantado

Serás, sempre que obrou por mar, por terra etc. (b) Sanadon quer que Duplicis só possa significar aqui dois Ulysses; o que não seguimos, parecendo-nos melhor a intelligencia vulgar, que he a mesma de Gesnero. Alguns tomão Duplicis por Duplices, referindo-se a Cursus, como lérão Prisciano no Liv. VI. Azzão, e Mancinello: reste sentido póde-se traduzir assim :

De Achilles que não cede, nem de Ulysses
As duplices (ou dobradas) viagens,

Conamur, tenues grandia; dum pudor, Inbellisque lyrae Musa potens vetat Laudes egregii Caesaris et tuas

Culpa deterere ingenî,

Quis Martem tunica tectum adamantina Digne scripserit? aut pulvere Troico Nigrum Merionem? aut ope Palladis Tydiden superis parem?

.

A tanta alteza desiguaes: que o pêjo
E a Musa, que só toca debil Lyra,
De Cesar os louyores e os teus véda
Co' rude engenho rebaixar. A Marte,
Coberto de couraça adamantina (d)
Quem dignamente cantará? ou Mérion
Negro co' pó Troiano? ou a Tydídes,
Igual aos Deoses por favor de Pallas ?

Ou:

Nem as duas

Navegações de Ulysses, nem de Pélope. Emendando Reducis em lugar de Duplicis, como entende Bentlei, póde dixer-se:

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De Achilles, que não cede nem de Ulysses,
Que voltou, as viagens etc.

(c) Seva : este adjectivo Latino acha-se usado em Camões nos Lusiados Cant. III. Est. 133. e em Gabriel Pereira de Castro na Ulyssea Cant. IV. Est. 4. em que diz: Sevissima Megéra.

(d) Adamantina: Arrais alludio a este lugar, dizendo: Tunica adamantina,

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